Abel Ferreira e Crespo fazem duelo de estilos distintos na final do Campeonato Paulista

 


Nesta quinta-feira, Palmeiras e São Paulo se enfrentam no Allianz Parque, às 22h, pelo primeiro jogo da final do Campeonato Paulista. No comando das respectivas equipes, Abel Ferreira e Hernán Crespo travarão um duelo tático, com ideias e personalidades distintas.

A única vez em que os dois treinadores se enfrentaram até o momento foi pela fase de grupos do Estadual, quando o Tricolor venceu o Verdão por 1 a 0, no Allianz Parque. Enquanto os visitantes entraram em campo com força máxima, o Verdão preservou a maior parte dos principais jogadores.

Abel Ferreira chegou ao Palmeiras em novembro do ano passado, substituindo Vanderlei Luxemburgo. Depois de negociar com Miguel Ángel Ramírez, hoje no Internacional, o clube palestrino acertou a contratação do treinador que estava no PAOK, da Grécia.

Mesmo com pouco tempo para treinar e em meio a uma dura temporada, Abel rapidamente de uma cara ao time. Desde o início, o português deixou claro que não fazia questão de ter a bola e dominar o adversário a partir da posse. Ao conhecer de perto o elenco do Verdão, percebeu que os jogadores se adaptariam a um jogo de velocidade, com uma marcação baixa.

Hernán Crespo, por sua vez, desembarcou no Morumbi em fevereiro deste ano para suceder Fernando Diniz após um fim de Campeonato Brasileiro melancólico e em pouquíssimo tempo conseguiu transformar a maneira de jogar do São Paulo, tornando o time mais competitivo, seguro, e, sobretudo, com esperanças de conquistar o tão sonhado título para sair da fila.

Aproveitando o legado de Diniz, mantendo de certa forma a construção das jogadas desde o setor defensivo, Crespo passou a ter sucesso no São Paulo graças à pressão exercida na saída de bola adversária. Por isso, efetuar desarmes próximos do gol rival se tornou um hábito para o Tricolor, que soube aproveitar e até pouco tempo ostentava uma sequência invicta de 14 jogos.

Muito participativo na beira do gramado, Abel tem um temperamento explosivo. Constantemente advertido com cartões amarelos, o técnico já foi expulso em duas ocasiões, inclusive na Supercopa do Brasil, contra o Flamengo. Hernán Crespo, por sua vez, ainda pisa em ovos no futebol brasileiro. Com um perfil mais introspectivo, tranquilo, o comandante argentino, pelo menos por enquanto, não protagonizou qualquer tipo de conflito, seja com a arbitragem, entidades responsáveis por competições ou imprensa.

Até mesmo os trajes usados pelos treinadores na beira do campo são completamente diferentes. Abel Ferreira pendurou as chuteiras há alguns anos, mas não abriu mão do bom e velho “abrigo” do clube. Já Hernán Crespo prefere um estilo mais formal, sempre de terno, em homenagem ao seu pai, que trabalhava na Bolsa de Valores argentina e sempre se vestiu de maneira mais sóbria.

“Acordava cedo para treinar e via meu pai saindo para trabalhar de terno e gravata. Queria ser como ele, o olhava, e isso o futebol não me dava, era sempre calção curto. Talvez sejam loucuras de moleque, mas é uma forma de representar meu pai. Gosto de me vestir desta forma, com esse estilo mais sóbrio. Viver na Europa te agrega valor, mas o traje vem de família, tem a ver com o velho Jorge”, disse Crespo em uma entrevista ao diário Olé, da Argentina, quando ainda comandava o Defensa y Justicia.

Em pouco mais de seis meses à frente do Palmeiras, Abel levou o clube às conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores, títulos que ofuscam os revezes no Mundial, na Recopa Sul-Americana e na Supercopa do Brasil. O técnico já comandou a equipe em 51 partidas, com 29 vitórias, nove empates e 12 derrotas.

No São Paulo, o treinador Hernán Crespo tem uma trajetória bem mais curta e menos vitoriosa que a de Abel Ferreira. No entanto, com pouco mais de três meses de casa, o comandante argentino já pode entrar para a história do clube. Para isso, basta erguer a tão esperada taça no próximo domingo. Mas, antes, tem de encarar a difícil missão de bater o Palmeiras no Allianz Parque mais uma vez.

FONTE: Gazeta Esportiva

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